Armar a população seria realmente o caminho para um país mais seguro, como alguns dizem?
Aconteceu agora em Las Vegas (EUA), o maior tiroteio em massa da história do país. E não está sendo considerado ataque terrorista. Foi realizado por um americano de 64 anos.
E ele possuía porta legal de armas.
Nos Estados Unidos é possível comprar armas com extrema facilidade e de modo legal. Mesmo estudos já mostrando que o número de mortes e violência por armas de fogo só aumentou.
Para se ter uma ideia, só em 2016, foram quase 60.000 incidentes com armas de fogo, mais de 15.000 mortos e 383 tiroteios em massa nos Estados Unidos.
E olha que estamos falando de um país bem mais seguro que o Brasil…
Muitas pessoas acreditam que portar uma arma dará mais segurança a elas.
Inclusive, isso tem sido divulgado por políticos e até alguns policiais, ou ex-policiais, querendo liberar o porte de armas.
Bem, isso é mais um jogo dos políticos para angariar votos daqueles que acreditam que devem possuir uma arma. Simples assim.
Então vou deixar esse jogo político de lado e falar da questão do porte de arma em si.
Nós temos a falsa ilusão de que, ao sermos abordados por um bandido, conseguiremos reagir rapidamente, e é o bandido que levará a pior, e eu vou salvar a minha vida e a das pessoas que estão comigo.
Chamo isso de SÍNDROME DO SUPER-HERÓI.
Armas Nos Dão Uma Falsa Sensação de Segurança
Reagir a um assalto é extremamente difícil. Até mesmo policiais treinados são mortos em casos que tentaram reagir.
Por uma simples razão: o bandido nos pega desprevenido.
Ele já está com a arma apontada para nós e pronto para reagir. E, em uma fração de milissegundos, pode puxar o gatilho.
Nem temos tempo de alcançar nossa arma, mesmo que ela esteja na cintura, ao alcance de nossas mãos.
Nos filmes é tudo bonitinho. O mocinho é super treinado, super-rápido, e, no máximo, leva um tiro em alguma parte do corpo e não morre.
Mas na vida real a história é outra.
Armar a População: Visualizando o Cenário
Pense como seria uma população cheia de armas.
No trânsito teremos um monte de pessoas armadas.
Nas baladas teremos seguranças armados e clientes armados (mesmo que não seja permitida a entrada de armas e elas precisem ficar no carro).
Nas diversas festas e concentrações de grandes públicos, incluindo as festas de fim de ano, teremos mais um monte de pessoas circulando armadas…
E por que estou citando esses exemplos?
Porque, normalmente, já vemos um monte de brigas e confusões no trânsito, nas baladas e nas mais diversas festas, incluindo nas de fim de ano.
Imagine agora essas pessoas exaltadas sabendo que estão armadas.
O que você acha que aconteceria? Acha que eles conseguiriam ter discernimento de quando realmente usar a arma?
Puxar um gatilho é muito fácil e rápido. E no calor de um momento, a pessoa pode destruir muitas vidas.
Eu mesmo já vi casos de pessoas puxando armadas em situações que jamais deveriam ter puxado uma arma.
E olha que estou falando de policiais, treinados, e que não estavam em serviço e nem havia necessidade alguma de puxar uma arma ou mesmo de falar que é policial. E mesmo assim aconteceu.
Isso mostra que mental e emocionalmente ele não estava preparado para possuir uma arma.
Mesmo que as pessoas não possam circular com as armas, mas possam tê-las em casa, quantas pessoas vingativas, no calor de alguma situação, não iriam até sua casa buscar a arma e cometer um ato estúpido operando através do ódio?
Até mesmo ciúmes já faria muita coisa ruim acontecer…
A população está emocional e mentalmente preparada?
Seja sincero com você mesmo: você acha que a população está mental e emocionalmente preparada para possuir uma arma?
Você se sente preparado emocionalmente para ter uma arma e só usá-las em casos de extrema necessidade, onde você estaria salvando a sua vida ou de alguma outra pessoa?
E você se sente preparado taticamente para usar uma arma nas mais diversas situações?
Provavelmente a resposta será não para todas essas perguntas.
Podemos facilmente notar que nem os policiais atuais estão preparados emocional e mentalmente para possuírem uma arma e carregarem o poder de uma farda.
Usam esses objetos de forma bastante equivocada.
E qual seria, então, a vantagem em ter uma arma na mão de qualquer cidadão?
Nenhuma!
Síndrome do Super-Herói surgindo novamente. É o ego falando. Estão em busca daquela falsa sensação de poder.
Muitos começam então a usar o discurso bobo de que “se os bandidos têm, eu também tenho que ter para me defender”.
Bom, já expliquei que não vão conseguir se defender. Menos de 1% saberiam e conseguiriam se defender em situações como essa utilizando uma arma.
A Solução…
O ponto não é dar arma para a população. Mas sim RETIRAR AS ARMAS DOS BANDIDOS.
É combater fortemente o tráfico de armas e também combater a corrupção dentro das corporações.
Pois muitas dessas armas vão para as mãos dos bandidos através de policiais corruptos que desviam armas já apreendidas.
Bandidos desarmados é que diminui a violência. Deixar os bandidos armados e distribuir armas para a população não resolverá absolutamente nada.
Essa é apenas mais uma ideia surgindo através da raiva. A pessoa está com raiva dos bandidos e acha que a solução é ter uma arma. Para matar qualquer bandido que aparecer na frente dela.
Na mente ela visualiza o cenário favorável. Ela se salvando e matando o bandido. Mas quando a situação acontece, muitas variáveis que ela nem imaginava aparecem. E o resultado pode ser desastroso.
Então, essa, definitivamente, não é a solução.
Soluções Complementares
Além de desarmar os bandidos, precisamos trabalhar também a mente das crianças, para crescerem menos violentas. E também dar boas referências e perspectivas de vida para elas.
Hoje a referência de muitas crianças são os bandidos de suas comunidades. E isso é péssimo.
E, para completar, temos que trabalhar nossas próprias mente e corações também. Para nos tornarmos menos violentos e agressivos no dia a dia.
Pois vemos que muitas pessoas que possuem armas (legal ou ilegalmente), não as utilizam para se salvar de bandidos.
Utilizam, sim, no seu dia a dia para se sentirem poderosos. Muitas vezes disparando até contra suas esposas e namoradas em um ataque de ciúme.
Não acredite quando te disserem que o caminho é armar a população. O porte legal de armas não é o caminho. Essa é a maior besteira.
O caminho é desarmar os bandidos, possibilitar bons caminhos para as crianças e jovens, e cuidar de nossos corações e mentes.
Temos que desenvolver uma cultura de paz. Nos diversos níveis da sociedade. Esse é o caminho.
Espero ter contribuído um pouco para sua reflexão sobre o assunto.
Por um mundo com mais amor.
Um ótimo dia pra você!
Parabéns pela lucidez de seu texto. Gostaria de conhecer muito mais pessoas com discernimento tão claro quanto o seu.
Continue com seu trabalho de esclarecimento, as pessoas precisam disso.
Abraço
Muito obrigado pelo comentário, Rogério!
Fico contente que tenha gostado e que eu esteja conseguindo contribuir de alguma forma.
Um abraço!
Gostaria de saber de onde você tirou que menos de 1% da população saberia se defender de um assalto armado.
Boa tarde, Marcos!
O “menos de 1%” acredito que você tenha entendido que é uma expressão, pois não há nenhum estudo que mostre a quantidade de pessoas armadas que reagem a assaltos e são bem ou mal sucedidas. Portanto, estatisticamente, essa informação não existe em nenhum lugar, e duvido muito que um dia vá existir.
Mas, como disse, acredito que vc tenha captado esse sentido da expressão. Apenas optou por usar essa pequena expressão do texto inteiro pra dar aquela cutucada, não é verdade? (rs) Faz parte, a internet tem sido bastante utilizada dessa forma, infelizmente.
Mas, na minha simples opinião, e vendo os diversos casos de profissionais da segurança que reagem e acabam mortos, acredito mesmo que menos de 10 pessoas a cada 1000 (ou seja, menos de 1%), conseguiria se dar melhor na situação, e não colocar nem mesmo a vida de terceiros em risco.
Um ótimo dia pra você! 😉
Que resposta sensacional, Tarso! Além do seu texto, que é muito lúcido, ponderado, direto e educado, sua resposta foi inteligente e racional. Parabéns por sua postura. Precisamos de mais Tarso´s por aí!
Obrigado, Dóris! (rs)
Mas imagina, ainda tenho muito a evoluir. Sou só um aprendiz, tentando cada vez mais romper meus bloqueios e procurando ajudar outros a fazerem o mesmo.
Obrigado pela participação.
Um abraço!
Excelente reflexão, não estamos preparados para sermos armados ,acredito eu, que seria um Apocalipse! pois a população definitivamente não tem estrutura psicológica para possuir armas, então a solução seria mesmo essa a de desarmar os bandidos … parabéns pelo texto😊
Que bom que gostou, Soraya!
Realmente acho que se não formos na raiz da coisa, qualquer outra atitude se torna paliativa.
Ou seja, armar a população e deixar os bandidos armados só tornará o cenário ainda pior.
Obrigado pela colaboração.
Um ótimo dia pra você! 😉
Concordo plenamente com o texto. Vivemos em uma nação onde não se sabe usar uma caneta, não se sabe ler um jornal, quem dirá uma arma de fogo. Desarmar bandido acredito ser uma utopia. Acredito que um sistema penal que não permita a reincidência e que puna exemplarmente poderia ser a solução. O que acha? Parabéns pela reflexão, abraço.
Obrigado pela participação, Cesar.
Esse é um tema bastante complexo, e vira e mexe volto a pensar nele.
Acredito que em primeiro lugar precisamos repensar o tal sistema penal. Explico.
Na minha opinião, o objetivo de um sistema penal deve ser fazer o indivíduo voltar melhor para a sociedade após passar por ele. E para isso, precisamos entender como a mente humana funciona, para saber como criar projetos que realmente ajudem a mente a funcionar de forma mais pacífica e amorosa, ao invés de criar ódio.
O sistema penal de hoje cria ódio. Então, até quem não cometeu delitos, ou cometeu delitos leves, sai de lá com um ódio tão grande, que a chance de cometer crimes novamente, e até piores, é enorme.
Um simples exemplo, é o indivíduo ser humilhado, e até mesmo viver em condições desumanas. Isso restaura alguém? Em minha opinião, não.
Muitos usam do argumento: “Ele merece”.
O que acho interessante nesse argumento é que é sempre colocado para “o outro”. Se é nosso filho que comete um erro, não queremos esse tipo de punição para ele. E todos que tem filhos sabem que, por mais que se eduque e tente transmitir os melhores valores, ainda assim não é garantia de não errarem na vida. Um simples fato de dirigir embriagado e matar alguém, já é passível de prisão. E sabemos que muitos filhos já dirigiram assim.
Quando é com nosso filho, ou alguém que amamos, aceitamos que seja punido, mas queremos que seja algo que o faça sair melhor, concorda? Não enxergo isso no sistema penal de hoje.
Então precisamos repensar isso.
Há países que o sistema penal é bem diferente, e os indivíduos realmente saem melhores, e até em casos de crimes muito mais graves.
Sem falar também que é interessante um sistema penal que mostre caminhos de crescimento para o indivíduo. Trabalho, empreendedorismo… enxergando um futuro bacana pra ele e a família. Porque se a pessoa voltar pras suas e sequer conseguir um emprego, ainda mais por ser considerado um “ex-presidiário”, aí é que as chances de voltar a cometer delitos aumenta.
A partir dai sim, podemos começar a pensar na questão de reincidentes e como lidar com isso. Mas ainda acho que na base da “porrada” não construímos valores. Alguns podem não querer mais cometerem crimes por “medo” de serem punidos. O problema é que muitos não têm esse medo, e vamos ter gerado mais ódio dentro deles. E uma pessoa com muito ódio e sem medo até mesmo da morte, é uma combinação catastrófica.
Eu sei que ficamos com raiva quando sofremos ou vemos crimes. É normal sentirmos isso. Mas se criamos as coisas em cima da raiva, não serão benéficas.
A pergunta que podemos fazer é:
Se nosso filho cometesse algum crime, que tipo de projeto gostaríamos que existisse que o ajudasse a entender que a atitude dele não foi legal, e que ajude a construir valores dentro dele, para ele sair daquela situação uma pessoa melhor, não querendo mais optar por aquele caminho?
Acredito que podemos criar vários projetos bacanas nessa linha. Só que todo o sistema precisa ser repensado. E mexer nessas estruturas afeta muita gente, mexe com muitos egos, e é aí que a coisa trava. Mas possível eu acredito que é sim.
Espero ter ajudado na reflexão.
Um abraço!
Senhor Tarso Spadini, como seria feito o desarmamento dos bandidos? Se a solução é assim tão simples, por que não foi executada anteriormente?
Controle de fronteiras, mais fiscalização e punição dos policiais corruptos, invasão de favelas, UPPs, tudo isso já parece ter sido feito e não surtiu resultado a médio e longo prazo. O crime parece ter mais capacidade de se adaptar do que o estado de controlá-lo. E talvez o pior de tudo seja que a população das favelas passou a enxergar a polícia como opressora ao invés de servir ao cidadão. Enfim, estão todos desiludidos e desesperados.
O número de assaltos e homicídios não cresceu no Brasil pós desarmamento? Fui a favor na época, mas depois me pareceu que os bandidos ficaram mais ousados, mais a vontade para abordar o cidadão. Gostaria que o sr detalhasse melhor como seriam desarmados os bandidos em termos mais práticos e dissesse o por que disto ainda não ter ocorrido. Aguardo resposta. Abraço
Bem-vindo, Sérvio!
Olha, não creio que seja simples ou fácil desarmar os bandidos. Mas creio ser possível diminui drasticamente isso.
Também não sou um especialista na área para falar sobre todas as questões envolvidas. Mas posso citar algumas.
Em primeiro lugar, a corrupção. Tanto interna, quanto nas fronteiras. Combater isso é primordial. Temos notícias de que muitas armas apreendidas vão parar nas mãos dos bandidos novamente, através da polícia. Isso já é um problema enorme.
Também temos que dificultar a entrada de armas e munição. Então, temos que fortalecer as fronteiras. Fazendo isso, mesmo que eles tenham as armas que já estão aqui, terão dificuldade para ter munição. Então, terão que fabricar aqui, e sabemos que fazem isso, mas não o suficiente. Aí, é hora de sair atrás das armas daqui, sem falar em focar também no caixa dos criminosos. Afinal, eles precisam de dinheiro pra bancar tudo isso. E o dinheiro não vem só das drogas vendidas. Eles possuem inúmeros negócios, como desmanches, postos de gasolinas, motéis, jogos do bicho, entre muitas outras coisas.
As leis estão brandas também para eles.
Mas também precisamos trabalhar para os pequenos não desejarem entrar para o crime. Há estudos que mostram que os adolescentes estão abandonando as escolas na faixa dos 12 anos, e é nessa idade que começam a entrar para o crime. Então há forte ligação com os estudos. Os garotos precisam ver oportunidade na vida comum, e não no crime.
São muitos pontos que precisam ser trabalhados. Mas acredito que um ponto principal é nossos políticos pararem de roubar o povo, investir nos projetos certos, e se tornarem bons exemplos para o cidadão.
O povo odeia os políticos. E com razão, atualmente. Mas isso não pode acontecer numa nação que quer crescer. Políticos precisam ser boas referências. Não está ocorrendo. Como alguém vai querer seguir as leis, se vê que nem os políticos que estão no poder e são ricos estão seguindo? É complicado…
De novo: não acho que seja fácil, mas se nossos líderes quisessem, e fizessem um trabalho honesto, conseguiriam melhorar muita coisa.
Espero ter ajudado na sua reflexão. Um dia eu também defendi armas, mas cheguei a conclusão que não é a solução.
Um abraço!
Boa sorte em desarmar os bandidos
A população não está preparada para portar armas.
E agora?
Que Continue todo mundo refém desses Vagabundos que agem livremente.
Sabe, esse é o problema do Brasileiro. É medroso e está entupido ou entorpecido pela doutrina comunista que destruiu nossa identidade.
Queremos sim!
Armas e segurança…
Aprovei seu comentário, porém editei. Aqui não é espaço pra propaganda política, e você já devia saber disso.
E olha que interessante, julgou que sou medroso sem sequer me conhecer. Ainda vem com esse discurso de sou ou estou “entorpecido pela doutrina comunista”. Quanto julgamento em poucos segundos sem sequer me conhecer.
É interessante como as pessoas julgam, julgam e julgam, e não estão abertas às conversas de forma sadia. Se penso diferente de você, já sou julgado como medroso ou comunista.
Respeito sua opinião de achar que as armas na mão da população é uma solução. Será que você respeita a minha, sem tentar me ofender ou diminuir?
Você me chamou de medroso, mas repare como é você que está com medo, e por isso está querendo recorrer às armas. Está com medo da violência, de sofrer violência ou de sua família sofrer violência. Isso é medo. Sua motivação para ter uma arma é puramente emocional, movida pelo medo. E você chama a mim de medroso.
O medo da violência é natural. E não estou julgando você por ter medo. É um medo genuíno. Mas não deixa de ser medo. E você tentou me diminuir tentando dizer que eu sou medroso (sem nem me conhecer).
Repare como projetamos no outro problemas internos que temos. É interessante essa análise.
Então reflita amigo, pois seu discurso agressivo só serve pra mais violência no mundo. Cria-se a dualidade, você se coloca como o ser que tem as ideias certas e eu (ou outros) as ideias erradas, se coloca como superior a mim (e aos outros que pensam diferente), e isso só vai gerando conflitos.
Respeito seu medo e sua preocupação. Porém, continuo discordando de você de que esse é o caminho para um mundo mais pacífico e seguro.
Um abraço!
Boa tarde.
Ótimo texto, ótima reflexão.
Eu estava pensando exatamente isto e fui procurar a opinião de alguém a respeito do assunto, considerando que estamos em plena campanha eleitoral e existe candidato levantando a bandeira do armamento da população e o pior, tem cidadãs e cidadãos apoiando.
Porém acredito que a cultura da paz deve sim continuar, principalmente quando desarmarmos os bandidos (e temos estruturas institucionais para isso), fechando as fronteiras para o tráfico, caçando e punido policiais corruptos, usando a inteligência para rastrear o fluxo das armas, prender os bandidos e apreender as armas.
O País está precisando de mais pessoas lúcidas como você para continuar lutando pela paz. Parabéns pelo texto.
Abraço.
Muito obrigado, Ezequiel!
Compartilho da sua visão. Temos que trabalhar em cima de uma cultura de paz. E com isso, temos que combater corrupção, proteger as fronteiras para dificultar ao máximo a entrada de armas e desarmar os criminosos.
Obrigado pela contribuição.
Um abraço!
Tenho muito MEDO do armamento ser a solução para a violência. Acho que a sociedade está perecendo. Estamos desesperados, procurando soluções extremas. Também não enxergo, a curto prazo, solução fácil para a violência. Mas a longo prazo, acho que a solução pode ser bem simples: ACORDARMOS PARA O FATO DE QUE NÃO ESTAMOS SOZINHOS NO MUNDO. Todo mundo luta pra sobreviver e ser feliz. Mas isso não precisa ser uma guerra. Muito pelo contrário, temos o dom da comunicação e do discernimento. A vida pode ser muito mais leve e prazerosa quando ajudamos uns aos outros. Não falo aqui de esforços desumanos, sacrifícios ou concessões. O simples fato de não atrapalharmos já ajuda. Sejamos coerentes: da forma como pensamos e agimos, sabe quando nossos governantes farão algo realmente de valor para a nação? Eu respondo: NUNCA. Eu explico: se nós, o povo, não se importa com o próximo, por que esperar que os governantes se preocupem com todos? Ou acredita – se que ao chegar ao poder eles se tornam alguma santidade? É preciso mudar nosso pensamento e nossa forma de agir. Toda vez que damos uma festa e extrapolamos com o volume do som incomodando o vizinho próximo, ou “damos um jeitinho” com um conhecido para encaixar nosso pessoal numa vaga de hospital, ou sonegamos imposto, ou paramos “rapidinho” numa vaga de deficiente, estamos sendo exatamente iguais aos políticos que tanto detestamos. Estamos roubando, trapaceando, burlando, invadindo o direito alheio. Ou seja, estamos olhando para o próprio umbigo e NOS ESQUECENDO QUE NÃO ESTAMOS SOZINHOS. Se nós, em atitudes pequenas e simples, não nos importamos com os outros, por que de sã consciência esperar que aqueles que detém o poder, e portanto, dinheiro e privilégios, o farão? Mas você pode pensar: por que, justo eu, vou mudar, se ninguém está nem aí? Bom, se é pra pensar assim, então é melhor não colocar filho no mundo, por que a tendência é piorar. Mas, SE MUDARMOS E ENSINARMOS O MESMO AOS NOSSOS FILHOS, um dia isso pode mudar. Que leve séculos, não importa. Alguém tem que começar um dia.
Muito obrigado pela contribuição, Augusto! Muito boa mesmo.
Eu compartilho da sua visão. Se nós sequer fazemos nossa parte no dia a dia com as pessoas comuns que nos cercam, como podemos esperar que no poder exista pessoas maravilhosas.
Parece que queremos que na vida pública exista alguma santidade que nos ensine a ser cidadãos. Isso nunca vai acontecer.
É claro que eles não precisam chegar nesse extremo, se tornarem grandes mestres, evoluídos. Se fizessem ao menos seu trabalho básico, sem se vender, já bastaria. O problema é que não funciona assim. Eles são humanos, e um humano que não está forte em seus valores, é facilmente iludido pelo poder e comprado.
E basta olhar para o lado que vamos perceber que nossa sociedade está cada vez mais perdendo seus valores. Em todos os cantos.
E não podemos esquecer que a corrupção está no nosso dia a dia, como você mesmo disse. Além disso, até no campo público, não são só os políticos os corruptos. Está cheio de funcionários públicos muito corruptos também. Concursados. A diferença é que pra eles, não é tão fácil chegar nos números (R$) que um político consegue, já que ele tem acesso a grande empresários e grandes licitações. Mas o valor não importa. Corrupção pode ser feita com 1 real apenas. Ou mesmo sem envolver dinheiro.
Então é isso que sinto que precisamos resgatar: nossos valores como humanos. Ética, moral, respeito, gentileza, amor, compaixão…
Uma sociedade que vive por valores profundos, vai acabar tendo governantes com valores, pois isso é um efeito dominó. A guerra que eu faço aqui, afeta muitas outras pessoas. Mas o amor que eu faço aqui também afeta. Então se dou amor por onde passo, e outros também fazem isso, vamos ampliando isso no mundo.
Temos que começar trabalhando nossa própria mente, nosso próprio coração.
Podemos ver claramente no nosso dia a dia como as pessoas dizem querer amor, mas distribuem o oposto disso. Como? Com violência no trânsito, fofocas, julgamentos, mentiras, compartilhando notícias falsas, fazendo comentários odiosos pela internet, e por aí vai.
Algum político mandou fazer isso? Certamente não. Isso só mostra que é algo voluntário que a pessoa está apalhando por aí.
Se tirássemos 100% dos políticos, e colocássemos novos, que nunca atuaram na política, a corrupção continuará assolando o Brasil. Exatamente porque a sociedade está operando dessa forma de maneira geral.
Então, concordo com você, é atuando no nosso dia a dia que já conseguimos melhorar muita coisa.
E claro, procurar se informar de verdade, aprender a ouvir opiniões diferentes, ler livros que abordam assuntos de forma mais profunda, e ir melhorando nosso ser em cada aspecto. Assim agimos melhor no mundo, ajudamos outros e muitas coisas vão melhorando.
De novo agradeço sua contribuição, Augusto.
Um abraço!